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Cadastro imobiliário: georreferenciamento, vistoria in loco e cruzamento de dados

Cadastro imobiliário: georreferenciamento, vistoria in loco e cruzamento de dados

A atualização do cadastro imobiliário pode ser realizada de diversas maneiras. A maneira mais conhecida de se fazer essa atualização é por meio do Recadastramento Imobiliário, que é composto pelas etapas de georreferenciamento e de vistoria das propriedades urbanas e rurais presentes no município. Também é possível realizar a atualização cadastral por meio do Cruzamento de Dados. 

1. Georreferenciamento

Georreferenciamento é um processo que determina a posição geográfica das propriedades urbanas e rurais mediante mapeamento que demarca a localização exata dos seus limites no sistema geodésico brasileiro. Esse processo é realizado por meio de levantamentos planialtimétricos e cadastrais georreferenciados.

1.1  Como realizar o georreferenciamento?

O processo de georreferenciamento envolve o planejamento dos locais a serem mapeados, a demarcação desses locais, a medição das áreas de cada propriedade e, por fim, a sua certificação. É um processo que envolve diversas etapas, e que necessita de um tempo considerável até a sua conclusão.

Para a realização do georreferenciamento é necessário o uso de tecnologias e de instrumentos específicos de medição. Quanto ao mapeamento de locais de fácil acesso, o procedimento pode ser realizado por meio de aparelhos GPS para a leitura do posicionamento de cada propriedade. Por fim, no mapeamento de locais de difícil acesso, no entanto, pode-se empregar o uso de veículos aéreos não tripulados (drones) para realizar o mapeamento de maneira remota.

Devido ao fato do georreferenciamento ser um processo de alta complexidade, é necessário que a equipe responsável pelo trabalho seja especializada, composta por profissionais com capacidade técnica na área de topografia.

1.2  Oportunidades trazidas pelo georreferenciamento na atualização do cadastro imobiliário

A utilização de um cadastro imobiliário georreferenciado traz inúmeros benefícios para o município que vão além do aumento na arrecadação tributária, tais como (CNM, 2021):

  • Redução da burocracia para licenças urbanísticas.
  • Monitoramento do crescimento e ordenamento do território.
  • Prevenção de ocupação em áreas de risco.
  • Melhora na fiscalização das propriedades.

O cadastro imobiliário georreferenciado também serve como base para a estruturação do Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM), que permite a integração das mais diversas informações municipais, favorecendo a elaboração de políticas públicas mais eficientes. 

1.3 Restrições para a utilização do georreferenciamento na atualização do cadastro imobiliário

Apesar da alta precisão nas informações adquiridas por meio do georreferenciamento, a realização dessa técnica exige altos investimentos, sendo um dos processos mais onerosos para as municipalidades. A sua realização demanda aporte de recursos locais, busca por financiamentos estaduais e federais, contratação de empresas especializadas ou parcerias e, por fim, a estruturação da equipe local para acompanhamento do processo (CNM, 2021).

É importante ressaltar também que, devido aos altos custos do georreferenciamento para os municípios, seu uso para atualizações constantes dos dados cadastrais se torna inviável para os cofres públicos.

Georreferenciamento X Plataforma Gove

Georreferenciamento

Plataforma Gove

Alto custo para as prefeituras, não podendo ser realizado todo ano

Baixo custo para as prefeituras, podendo manter de forma constante

Pode levar mais de um ano para ser concluída

Já no primeiro mês de uso é possível realizar atualizações

Atualização pontual

Atualização constante e enriquecida com informações internas e externas 

X

Enriquecimento das informações dos imóveis com dados do contribuintes (CPF/CNPJ, email, telefone)

X

Identificação constante de imóveis com alteração de finalidade (residencial, comercial, industrial)

X

Identificação constante de terrenos (lotes baldios) com edificação 

X

Buscador de CPF possibilitando incrementar um cadastro e ajuizar dívidas 

X

Possibilidade de comunicação em massa e segmentada com os proprietários de imóveis

2. Vistoria (visita in loco)

A Vistoria (ou visita in loco) pode complementar as informações levantadas durante a etapa de georreferenciamento, e é necessária para verificar a infraestrutura de serviços disponível no local. Aspectos referentes à edificação também são verificados, tais como área ocupada, área construída e tipo e padrão de construção. 

No caso de imóveis utilizados para o desempenho de atividades econômicas, a Vistoria também pode ser utilizada para verificação de concessão de licença para funcionamento do estabelecimento. Após a análise da documentação necessária e a realização da Vistoria, constatando que o estabelecimento está de acordo com as normas vigentes, a concessão da licença de funcionamento é emitida, conferindo ao estabelecimento a sua inscrição no cadastro imobiliário fiscal municipal. 

2.1 Legislação considerada na realização da Vistoria 

O agente fiscal responsável pela Vistoria deve levar em consideração as legislações vigentes no município para avaliar se a propriedade está ou não regularizada. Para isso, o agente fiscal deve observar as diretrizes:

  • Do Plano Diretor.
  • Da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.
  • Do Código de Posturas.
  • Do Código Tributário Municipal.
  • De leis complementares municipais que sejam relevantes para a análise, a exemplo de leis ambientais e leis relacionadas ao tráfego urbano. 

2.2 Oportunidades e restrições do uso da Vistoria na atualização do cadastro imobiliário 

A realização de Vistorias nas propriedades é benéfica para o município  pois permite que as informações cadastrais sejam atualizadas ao mesmo tempo em que possibilita que a arrecadação tributária esteja de acordo com as atividades exercidas pelos estabelecimentos comerciais sediados no município.

Por outro lado, a utilização de Vistorias também apresenta restrições. Primeiramente, porque o serviço, na maioria das vezes, é contratado juntamente com o serviço de georreferenciamento, apresentando altos custos para o município, o que inviabiliza a sua realização constante. Em contrapartida, mesmo nos casos nos quais os próprios agentes fiscais municipais sejam os responsáveis pela Vistoria, outro aspecto que pode ser considerado uma restrição, a depender da situação do município, é referente à quantidade de agentes fiscais disponíveis para a realização deste trabalho. Em municípios com quantidade de agentes fiscais limitada, o processo de realização de Vistorias pode ser demorado e pouco eficiente. 

3. Cruzamento de dados

Uma alternativa menos onerosa  para a atualização do cadastro imobiliário é a realização de cruzamento de dados, que pode ser feita através do cruzamento do cadastro imobiliário com dados provenientes de outras bases, tais como dados de ligações de água e energia elétrica e de cadastros municipais de assistência social, educação e saúde. 

3.1 Oportunidades trazidas pelo cruzamento de dados na atualização do cadastro imobiliário 

A atualização do cadastro imobiliário por meio do cruzamento de dados apresenta diversas oportunidades para o município. Dentre elas:

  • Economia de recursos: o uso de dados previamente existentes na atualização do cadastro imobiliário é uma estratégia menos onerosa do que o Recadastramento Imobiliário, na medida em que demanda menos investimento na contratação de serviços técnicos especializados. 
  • Integração entre secretarias: o cruzamento de dados é uma oportunidade para realizar a padronização dos dados existentes em diferentes secretarias, facilitando o alinhamento das políticas públicas municipais. 
  • Padronização e sistematização dos dados: a integração de dados municipais facilita a sua padronização e sistematização, aumentando a confiabilidade dos dados. 
  • Possibilidade de atualizações constantes: a padronização e sistematização dos dados permite que alterações nas bases cadastrais utilizadas sejam facilmente incorporadas no cadastro imobiliário, o que gera economia de tempo e de recursos com atualizações manuais. 

3.2 Restrições trazidas pelo cruzamento de dados na atualização do cadastro imobiliário 

Apesar de ser uma alternativa menos onerosa para a atualização do cadastro imobiliário, o Cruzamento de Dados também apresenta restrições em comparação ao processo de Recadastramento Imobiliário. A principal delas é justamente necessidade de validação territorial da base cadastral, o que dificulta:

  • A verificação, no território, da veracidade das informações contidas nos bancos de dados. 
  • O monitoramento do crescimento das áreas ocupadas, de maneira visual e facilitada.
  • A verificação da regularidade dos imóveis e das atividades comerciais exercidas nos mesmos.  

3.3 Cruzamento de dados: por onde começar?

A atualização do cadastro imobiliário por meio do cruzamento de dados se inicia com o levantamento de todas as bases de dados que possam ser relevantes para o processo, como por exemplo, dados de ligações de água e energia elétrica e de cadastros municipais de assistência social, educação e saúde. 

O próximo passo é identificar as informações contidas nessas bases que possam ser utilizadas na atualização cadastral, tais como as características dos imóveis (tipo e padrão de de construção, por exemplo)  e dos terrenos (se estão ocupados ou desocupados, por exemplo). Por fim, devem ser identificadas as defasagens cadastrais, que devem ser corrigidas com base nas informações mais atuais disponíveis. 

3.3 Como a Gove pode ajudar no cruzamento de dados do seu município?

A Plataforma de Inteligência Gove possui um novo módulo de Inteligência Imobiliária.

Através do módulo, a Plataforma Gove realiza o cruzamento de dados cadastrais das mais diversas fontes possíveis, visando melhorar os cadastros mobiliários e imobiliários. Dessa forma, garantimos que os dados dos imóveis do seu município sempre estejam atualizados de maneira rápida, fácil e segura.

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