A otimização de gastos na saúde é um desafio crucial para gestores públicos que buscam equilibrar qualidade, eficiência e sustentabilidade. Com recursos limitados e demandas crescentes, é necessário implementar estratégias inteligentes que maximizem o impacto dos investimentos no setor.
Otimizar os gastos na saúde não significa apenas cortar despesas, mas buscar eficiência para manter e ampliar a qualidade do atendimento. Por meio de práticas modernas de gestão e inovação, é possível reduzir desperdícios, aprimorar processos e garantir um melhor serviço.
Para te ajudar a entender melhor como otimizar os gastos na saúde do seu município, neste texto vamos explorar as quatro principais despesas da área. Além disso, traremos algumas dicas e ações que podem te ajudar no processo de otimização de gastos na saúde municipal.
Quer conhecer mais sobre o assunto? Continue e aproveite a leitura!
Principais despesas na saúde municipal
A saúde pública do seu município tem inúmeras despesas como infraestrutura, medicamentos, insumos, ambulância e pessoas, por exemplo. No entanto, a maior parte do dinheiro público é revertido para quatro grupos de gastos principais. Entender cada um deles é importante para saber em quais áreas é possível a otimização de gastos na saúde do seu município.
1- Profissionais atuantes no sistema público de saúde
O gasto com pessoal consome a maior parte do orçamento do setor público brasileiro. Na saúde isso não é diferente. Profissionais como médicos, enfermeiros, técnicos, assistentes, agentes, psicólogos, nutricionistas e equipe administrativa são indispensáveis para o funcionamento da saúde municipal. Configurando um dos principais gastos em saúde.
2- Materiais utilizados durante os procedimentos
Outra grande despesa indispensável do setor de saúde pública é com insumos e materiais usados durante os procedimentos. De seringas para vacinação e medicamentos na atenção básica até insumos cirúrgicos especializados, existe uma gama de materiais e recursos imprescindíveis para a operacionalização de um atendimento.
3- Processos e ações realizados para os atendimentos
O atendimento a pacientes na saúde é composto por inúmeros processos e ações de suporte. Procedimentos de triagem, limpeza dos equipamentos, transporte e logística de insumos são essenciais para garantir o funcionamento dos atendimentos. Por incluírem inúmeros processos e atividades essenciais e rotineiras, configuram-se como um dos principais gastos na saúde municipal.
4- Estruturas e equipamentos utilizados na saúde municipal
A construção e manutenção de estruturas hospitalares, unidades básicas e equipamentos são essenciais para um bom funcionamento da saúde municipal. De UBS e hospitais até equipamentos como computadores e máquinas de ressonância e ultrassom configuram substancial dispêndio em saúde.
Agravantes que impedem a otimização de gastos na saúde
Além dos quatro principais gastos com saúde municipal, existem agravantes que impedem a otimização de gastos na saúde municipal. Conhecer essas questões agravantes e recorrentes na saúde é importante para que você possa se atentar e manejá-los da melhor forma.
Envelhecimento
A mudança na configuração demográfica no Brasil, decorrente do envelhecimento da população, aumenta consideravelmente os gastos com cuidados médicos de alto custo. Tais como, profissionais especialistas, material médico específico e medicações especializadas.
Além disso, os diversos casos de judicialização de medicamentos de alto custo para doenças raras exemplifica bem a questão.
Segundo a Secretaria de Comunicação do Tribunal de Contas da União, processos judiciais referentes à saúde entre 2008 e 2015, saltaram de 70 milhões para R$ 1 bilhão, um aumento de mais de 1.300% em sete anos. O fornecimento de medicamentos, alguns sem registro no Sistema Único de Saúde, corresponde a 80% das ações.
Vícios
Tabagismo e alcoolismo podem contribuir para o aparecimento de doenças crônicas, cardiovasculares e câncer, por exemplo. Essas doenças precisam por vezes de tratamentos recorrentes e dispendiosos para o sistema público de saúde. Por isso, atuar de forma preventiva sobre este problema é essencial.
Desperdícios
A má gestão das operações, logísticas e manejo pode gerar uso inadequado e perdas de recursos indispensáveis e custos à saúde municipal. Ampolas quebradas durante transporte, medicações vencidas e equipamentos danificados exemplificam bem os recursos desperdiçados que são pouco percebidos no dia a dia.
Estas são três das principais questões agravantes que podem impedir a otimização de gastos na saúde do seu município.
Possíveis ações para otimização de gastos na saúde
Como vimos, os recursos financeiros no setor público de saúde são escassos. Nesse sentido, é essencial realizar ações que permitam o melhor uso dos recursos, sem comprometer a qualidade do serviço oferecido. Para te ajudar nesse processo, listamos as principais ações para otimização de gastos na saúde do seu município.
Confira a seguir:
A- Qualificar a atenção básica
O investimento na saúde de atenção básica é primordial para a sustentabilidade econômica do sistema público no longo prazo. O foco não deve ser apenas tratar doenças e sintomas, mas sim trabalhar na prevenção, agindo nas causas dos problemas.
Algumas doenças infecciosas são facilmente preveníveis com investimento em saneamento básico, por exemplo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 10% das doenças registradas ao redor do mundo poderiam ser evitadas se os governos investissem mais em acesso à água, medidas de higiene e saneamento básico. Como a diarreia que mata 2.195 crianças por dia e faz mais vítimas do que a Aids, a malária e o sarampo juntos. É a segunda causa de morte entre meninos e meninas entre 1 mês e 5 anos no mundo¹.
Além disso, diversas doenças, como a diabetes e hipertensão, que são resultados de maus hábitos alimentares e sedentarismo, podem ser evitadas com prevenção. Doenças crônicas decorrentes do consumo excessivo de tabaco e álcool também podem ser evitadas com o correto cuidado precoce. Para isso, deve-se incrementar e otimizar os gastos na saúde básica para construção de um modelo de assistência horizontal, que não foque em tratar doenças, mas sim em preveni-las, acompanhando os pacientes ao longo da vida.
¹Relatório do instituto Trata Brasil com base nos documentos: Relatório sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos – ONU-Água e Atlas on Children’s Health and the Environment – WHO 2017
B- Realizar medicina preditiva
Ao longo deste acompanhamento os profissionais devem registrar os dados dos pacientes, usando-os na criação de dados sólidos. Com eles, será possível traçar cenários futuros e identificar possíveis riscos que a população esteja sujeita. Mais uma vez, o cuidado precoce reduz consideravelmente os futuros casos de atendimentos de alta complexidade.
C- Utilização de softwares para otimização de gastos na saúde
O uso de tecnologia não reduz apenas o gasto em saúde, mas permite o oferecimento de um serviço de mais qualidade ao paciente. Um software de gestão para instituições de saúde pode ajudar a organizar agendas de consultas e procedimentos, organizar a triagem e reduzir a duração dos processos, por exemplo.
O Software Gove, por exemplo, permite a confirmação de consultas de forma automatizada por meio do WhatsApp. Com ele, os pacientes do seu município podem confirmar ou reagendar suas consultas de forma acessível e rápida. Assim, os profissionais administram melhor o tempo de atendimento, diminuindo filas e o desperdício de recursos.
Outro exemplo interessante é o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), o prontuário eletrônico do SUS. Traz uma redução considerável no uso de papel, e dá celeridade aos atendimentos centralizando todos os dados em uma base segura.
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D- Capacitação de profissionais
A falta de técnica no manejo de materiais, medicamentos, procedimentos médicos e administrativos podem gerar desperdício de materiais e resultar em tempo de espera longo para os pacientes. Capacitar os profissionais em todos estes aspectos permitirá uma performance otimizada dentro das unidades de saúde, otimizando o uso dos recursos.
E- Desenvolvimento de processos de atendimento
A gestão de processos é fundamental para otimizar o atendimento e aumentar o rendimento das equipes de saúde. Deve-se criar um registro documental, de comum acordo entre as áreas envolvidas, para todos os possíveis procedimentos a serem realizados.
Por exemplo, crie um checklist estruturado para que o clínico geral encaminhe o paciente ao especialista, ou o detenha na UBS.
Após a capacitação e difusão de processos deste tipo, será possível notar a redução na fila de espera no atendimento e entrega de exames ou diminuição do deslocamento interno de equipe médica. Em geral, espera-se mais eficiência no uso do tempo dos profissionais e a redução de gastos.
F- Gestão de estoque
Organize um inventário dos medicamentos e materiais de forma clara. Isso facilitará o controle de dados sobre sua validade, utilização e demanda. Como resultado, evita-se demanda excessiva de medicamentos, perdas por vencimento e falta de suprimentos. Esse é sem dúvidas um dos pontos mais dramáticos para se atentar na hora de otimizar os gastos na saúde.
G-Parcerias público-privadas para otimização de gastos na saúde
A realização correta de parcerias público-privadas (PPPs), se mostra uma ótima saída em momentos de receitas reduzidas. Existem diversos serviços no mercado que podem otimizar a gestão pública, desde o atendimento por organizações sociais, até o uso de empresas privadas para gestão logística e tecnológica.
Além disso, é importante que os serviços de saúde pública e privada do município estejam melhor integrados. Segundo o diretor da Planisa, empresa de 30 anos, focada em gestão em saúde, o SUS atendeu 60% a mais de pacientes com planos de saúde nos últimos cinco anos. Isso gera uma sobrecarga no sistema público de saúde, sem a necessidade compensação dos planos privados.
Nesse sentido, deve-se construir um arranjo que integre sistema público e privado, através das PPPs permitindo melhor comunicação entre eles. Com maior agilidade e comunicação entre sistemas, o atendimento ao cidadão melhora e a prefeitura otimiza os gastos em saúde.
H- Doações
Outra maneira de realizar parcerias é através da transferência voluntária e gratuita, dentro da lei, de bens, quantias, imóveis ou serviços que por parte de pessoas ou instituições privadas.
Conclusão
Ao longo deste post, você aprendeu mais sobre a importância da otimização de gastos na saúde pública municipal. Pôde conhecer ainda mais sobre o uso consciente e responsável dos recursos públicos na saúde e como fazê-lo sem comprometer o serviço oferecido.
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