A transformação digital tem batido na porta de quase todos os setores da economia, gerando benefícios e preocupações por onde passa. A penetração de internet aumentou drasticamente no Brasil. Em banda larga, tivemos um aumento de 79% em assinaturas entre 2010 e 2014. Semelhantemente, quando olhamos para o caso de banda larga móvel, o crescimento no mesmo período foi de 825%, atingido 123,6 milhões de assinaturas. No caso do setor público, apesar de ser um processo mais moroso, quase 61% dos brasileiros acessaram serviços públicos digitais em 2016. O percentual de brasileiros utilizando serviços públicos digitais é baixo, sendo necessária ações para a transformação digital em governos. Especialmente, se considerarmos que a maioria dos acessos nestes 61% foram para uma espectro limitado de serviços como, por exemplo, declaração de imposto de renda.
Na esteira da transformação digital em governos de países desenvolvidos como Inglaterra, Polônia, Singapura e outros, o governo federal brasileiro solicitou à OCDE um estudo com recomendações para nossa transformação digital.
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O estudo identifica 6 atributos essenciais para a transformação digital em governos que derivam em ações práticas que podemos implementar em território nacional.
- A primeira recomendação sugere que o governo passe de uma administração pública centrada no usuário para uma administração conduzida pelo usuário. Neste sentido, prioriza-se uma abordagem em que o governo adote medidas para que os cidadãos e empresas possam definir comunicar as suas próprias necessidades, conduzindo a elaboração de políticas públicas e implementação de serviços eletrônicos.
- Um segundo aspecto apontado é a mudança de uma postura reativa na elaboração de políticas públicas para uma postura pró-ativa. A ideia aqui é que o governo seja capaz de antecipar movimentos de desenvolvimento econômico e social, propondo políticas públicas e serviços que atendam usuários nestas novas realidades socioeconômicas.
- A organização recomenda também que governos se comportem cada vez mais como plataformas para cocriação de valor público. Neste sentido, governos utilizariam, tecnologias digitais e dados para conectar partes interessadas para que estas possam, em conjunto, propor soluções para os desafios atuais. O governo é a plataforma que articula estas partes em prol de um desafio comum a todas.
- Dados e acesso a informação fazem parte de duas outras recomendações. A OCDE aponta que governos devem sair de um modelo centrado na informação e migrar para um novo modelo orientado por dados. Assim, a orientação de iniciativas por dados de usuários facilita o entendimento dos perfis de consumo dos serviços públicos, permitindo a antecipação de tendências sociais e a prestação de serviços de acordo com necessidades dos cidadãos.
- Juntamente com a utilização de dados, a organização recomenda a adoção de um governo que tem a abertura de dados como padrão (open by default), ou seja, governos se comprometendo de forma pró-ativa com a divulgação de dados em formatos abertos, facilitando o acesso pela sociedade.
- Por último, é necessário termos novos processos sendo pensados num formato digital desde sua concepção (digital by design). O mais importante neste atributo não é a digitalização dos processos, e sim a digitalização de um processo desde sua concepção, pois este mindset permitirá a reestruturação completa dos processos sem as amarras já existentes na burocracia atual.
A transformação digital em governos já bateu na nossa porta. Cabe a nós abri-la e recebê-la da melhor forma. É possível afirmar que nossos cidadãos já interagem massivamente no mundo digital e governos precisam acompanhar este processo se quiserem responder aos anseios de uma nova era. Um novo governo nos espera!
Transformação digital em municípios brasileiros
Implementar políticas e ações de transformação digital no setor público municipal é muito importante para modernizar a gestão e melhorar os serviços entregues ao cidadãos. No entanto, implementar ações de ações de transformação digital é difícil, requerendo investimentos não apenas em tecnologia, mas também no conhecimento da situação atual do município, de modo a planejar as ações.
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