2021, início de gestão para muitos gestores municipais, alguns pela primeira vez. A provocação que fazemos é: Você sabe qual a previsão de e arrecadações que sua prefeitura terá neste ano que virá? E quais os custos e despesas? Um planejamento financeiro inadequado ou até inexistente é a realidade de alguns municípios brasileiros. Sua administração municipal não pode ser uma delas. Dessa forma te ajudaremos nesse aspecto, explicando como iniciar sua gestão de forma planejada, criando o fluxo de caixa municipal de finanças.
Esta leitura vai explorar fundamentalmente como iniciar o processo de consolidação de dados entre as receitas e despesas para chegar a um saldo financeiro. Para isso trataremos de:
- O que é fluxo de caixa financeiro;
- A importância da projeção de fluxo de caixa municipal;
- Construção do fluxo de caixa municipal;
Fluxo de caixa financeiro municipal: o que é?
O primeiro passo em direção ao entendimento do fluxo de caixa financeiro municipal é defini-lo:
O fluxo de caixa financeiro (FDC) é uma ferramenta que possibilita acompanhar as movimentações financeiras do município, elencando as entradas e saídas de valores financeiros, não se confundindo com a visão orçamentária, que é estabelecida num período anterior. De forma simplificada, ter o recurso orçamentário não representa necessariamente a existência do recurso financeiro. E o contrário também pode ocorrer, um excesso de arrecadação superior ao valor presente no orçamento pode requerer uma suplementação orçamentária para a utilização do recurso.
Um bom fluxo de caixa traz informações de todo o exercício, detalhando mês a mês, inclusive demonstrando no mês corrente, as receitas e despesas em curso, já sabendo como será o resultado financeiro no final do mês. Além disso, ele deve ser revisado constantemente, conforme ocorre uma alteração no cenário de execução das despesas, ou no cenário econômico que altere a arrecadação das receitas, dessa forma, o gestor terá em mãos um instrumento fidedigno à realidade, permitindo realizar um planejamento adequado.
O que é a projeção do fluxo de caixa municipal?
O fluxo de caixa financeiro é construído com base nas entradas e saídas de recursos realizados no caixa do tesouro municipal. Já a sua projeção, como evidencia o nome, é a estimativa das entradas e saídas que influenciarão o orçamento municipal, em pelo menos um ano.
Qual a importância da projeção do fluxo de caixa municipal?
No início da gestão, decisões cruciais precisam ser tomadas para os próximos quatro anos. Um gestor deverá estabelecer quanto de recursos deverá direcionar tanto para investimentos na cidade, quanto para a manutenção dos serviços municipais mais essenciais. Para uma decisão austera e eficaz ele precisa vislumbrar o horizonte financeiro da prefeitura. É aí que entra a projeção do fluxo de caixa municipal: subsidiar decisões financeiras estratégicas.
Além disso, caso seja previsto um déficit, é possível tomar com antecedência medidas que mantenham a máquina pública em financiamento. Para isso, pode-se recorrer a fontes externas, como financiamentos, emendas parlamentares e convênios.
Importante: Não confunda a projeção de fluxo de caixa com DFC contábil. O fluxo de caixa é de uso cotidiano, um instrumento de gestão geralmente atrelado a tesouraria, FDC é um instrumento contábil, irá registrar fatos, e será apresentado pelo depto. de contabilidade nos demonstrativos exigidos pela lei.
Construção do fluxo de caixa financeiro municipal
Há várias formas de construir a projeção, em geral se olha para dados passados e os repetem adicionando variáveis que representam elementos vindouros de cenários futuros. De modo geral, é importante analisar o seguinte:
- Verificar as receitas e despesas estabelecidas pela LOA
- No caso de despesas de caráter contínuo, observar o comportamento delas no ano anterior com a finalidade de estabelecer um cronograma de desembolsos
- Também é importante observar a execução financeira do ano anterior para verificar possíveis sazonalidades
- Entrar em contato com os departamentos e órgãos responsáveis pela execução das despesas visando validar as informações
Dessa forma, no início de cada exercício, deve-se analisar despesas estabelecidas na Lei Orçamentária Anual e integrá-las ao fluxo de caixa, no caso das receitas, considerando que exista um lapso temporal entre a aprovação da LOA e o início do exercício, é recomendável promover uma revisão das receitas presentes na LOA, a fim de verificar se não ocorreu nenhuma alteração no cenário que permitiu estabelecer a previsão delas antes de incluí-las no fluxo de caixa.
Uma vez estabelecido o fluxo de caixa inicial, com a previsão de receitas e despesas é necessário acompanhar a dinâmica de execução delas, isso pode ser realizado diariamente, semanalmente, ou conforme a necessidade do município. No decorrer da execução financeira, cabe ao gestor analisar se os valores que estavam previstos ocorreram de fato, e, caso os valores sejam diferentes, realizar os ajustes uma vez que impactam no resultado final do exercício. Esse é o momento em que a previsão dá lugar a receita ou despesa realizada. O importante é manter o instrumento atualizado, substituindo previsões por realizações, incorporando, inclusive, novas previsões de receita e despesas.
Mantendo o fluxo de caixa atualizado, a probabilidade de se efetuar uma gestão financeira sem sobressaltos é muito maior. O fluxo de caixa permite ao gestor uma visão antecipada de eventos futuros, dando condições de se antecipar e planejar de forma mais adequada.
Fluxo de caixa e o orçamento municipal
O fluxo de caixa é um elemento muito importante para o planejamento e execução do orçamento do município. Em muitas prefeituras, no entanto, esses elementos não são elaborados e executados da forma correta, prejudicando o bom uso do dinheiro público e as entregas a população.
Pensando nisso, elaboramos um material sobre a Lei Orçamentária Anual (LOA) que pode ajudar seu município a elaborar o instrumento e executá-lo da melhor forma possível, contribuindo para um bom fluxo de caixa. Clique aqui ou no banner abaixo e baixe gratuitamente.