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Mortalidade Infantil – Como fazer seu combate no Brasil

Mortalidade Infantil – Como fazer seu combate no Brasil

Nas últimas décadas, o Brasil tem apresentado uma queda significativa no índice de Mortalidade Infantil, um indicador que representa a relação entre os óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos. Diferentemente do observado durante a década de 1980, quando o índice era de 69,1 óbitos para cada mil nascidos vivos, em 2018 esse valor foi de apenas 12,4 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

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Mas o que o índice brasileiro realmente significa quando comparado às médias de outros países?  Segundo dados publicados em 2018 pela Organização das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), nos países em desenvolvimento como o Brasil a taxa de mortalidade infantil é de 27 óbitos para cada mil, enquanto nos países desenvolvidos essa média é de apenas 3 óbitos. Comparando com os países que compõem os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a taxa brasileira está bem próxima da taxa chinesa, que é de 9,9 óbitos por mil nascidos vivos.

Mortalidade Infantil nos estados brasileiros: a desigualdade regional

Apesar da significativa melhora na média nacional, quando analisamos os dados de mortalidade infantil do ano de 2018 referentes às unidades da federação surge um alerta: existe uma visível desigualdade regional que impacta diretamente os dados apresentados.

Os três estados com os maiores índices são Amapá, Maranhão e Rondônia, com valores acima de 19 óbitos para cada mil nascidos vivos. Entre os 9 que apresentam média inferior à média nacional, por sua vez, 7 se encontram nas regiões Sul e Sudeste. Completam essa lista o Distrito Federal e Pernambuco, conforme pode ser verificado na tabela a seguir:

 

Óbitos para cada mil nascidos vivos
Espírito Santo 8,1
Paraná 8,6
Santa Catarina 8,6
Rio Grande do Sul 9,1
São Paulo 9,3
Minas Gerais 10,0
D. Federal 10,1
Rio de Janeiro 10,8
Pernambuco 11,7
Brasil 12,4
Mato Grosso do Sul 13,2
Ceará 13,2
Rio Grande do Norte 13,5
Goiás 14,1
Paraíba 14,7
Sergipe 14,8
Tocantins 14,9
Pará 15,6
Acre 15,8
Bahia 16,0
Mato Grosso 16,1
Roraima 16,8
Amazonas 17,2
Alagoas 17,3
Piauí 18,0
Rondônia 19,2
Maranhão 19,4
Amapá 22,8

Fonte: IBGE

mortalidade infantil

Considerando os dados apresentados, Pernambuco ganha destaque ao ser o único estado nordestino a figurar entre o grupo com as menores taxas de mortalidade infantil do Brasil. A que se deve essa conquista? Uma das respostas está em uma iniciativa vitoriosa de combate à mortalidade infantil implantada no estado, o Programa Mãe Coruja.

O Programa Mãe Coruja: uma resposta à mortalidade infantil

O estado de Pernambuco apresentava, em 2006, indicadores elevados de mortalidade materno-infantil, preocupando as autoridades locais. Na busca por uma solução efetiva para este problema, o Governo do Estado então criou, em 2007, o Programa Mãe Coruja, baseado nas seguintes dimensões estratégicas:

  1. Articulação intersetorial e interfederativa: essencial para garantir a compreensão dos problemas que afetam as gestantes e seus filhos, além de garantir a capilaridade do Programa no Estado;
  2. Monitoramento do atendimento: pautado no respeito aos direitos sociais dos envolvidos;
  3. Respeito  à singularidade do indivíduo: condição para a efetividade do cuidado.

Funcionamento do Programa

Viabilizado pela parceria entre o governo estadual, as prefeituras municipais e a sociedade pernambucana, o Programa consiste na assistência completa às gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), antes e após o nascimento dos bebês. Para isso, conta com diversas ações, tais como:

  • Acompanhamento da gestante durante todo o período pré-natal, parto e puerpério;
  • Disponibilização de programas de qualificação profissional para as gestantes;
  • Distribuição de kit do bebê para as gestantes que realizaram 07 ou mais consultas pré-natal;
  • Acesso à documentação para a criança, o que garante o seu direito à cidadania;
  • Inscrição da criança no Programa Leite de Todos, quando necessário.

Essas ações são realizadas por intermédio dos Cantos Mães Coruja, espaços de acolhimento utilizados para realizar o cadastramento e acompanhamento das gestantes e seus filhos desde o pré-natal até que a criança complete 5 anos de idade. Atualmente 105 municípios do Estado contam com esses espaços.

Resultados Obtidos e Premiações 

Entre os principais resultados obtidos pelo Programa, podemos citar o aumento da cobertura pré-natal, aumento da cobertura vacinal e redução na mortalidade infantil nos municípios beneficiados.

Os impactos positivos gerados fizeram com que a iniciativa obtivesse amplo reconhecimento nacional e internacional, recebendo diversos prêmios. Dentre eles, o prêmio Zilda Arns, pela Pastoral da Criança (2011), o United Nations Public Service Awards – UNPSA, pela ONU (2014), o Prêmio Interamericano da Inovação para a Gestão Pública Efetiva, pela Organização dos Estados Americanos (OEA) (2014) e o Grand Challenges Explorations (GCE), pela Fundação Bill Gates e Melinda Gates (2018). 

Fontes de Pesquisa:

IBGE: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/3097/tcmb_2018.pdf

UNICEF: https://news.un.org/pt/story/2018/02/1611481

MÃE CORUJA: https://maecoruja.pe.gov.br/o-programa/

 

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