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Prevenção da gravidez na adolescência no Brasil: uma discussão necessária 

Prevenção da gravidez na adolescência no Brasil: uma discussão necessária 

Nas últimas décadas, temos presenciado uma redução nos índices de gravidez na adolescência no Brasil, acompanhando a tendência observada nos países da América do Sul. Segundo relatório de 2017 da Organização Pan-Americana de Saúde (PAHO), entre 2010 e 2015 a média brasileira foi de 68,4 bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil meninas de 15 a 19 anos, acompanhando as taxas de Argentina (64,0) e Bolívia (72,6). O país que apresenta o maior índice é a Venezuela (80,9), enquanto o Chile se afirma historicamente como o país com o menor índice com somente 49,3 bebês nascidos a cada mil meninas. 

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Nascidos de Mães Adolescentes a cada mil meninas de 15 a 19 anos – América do Sul
País 1990–1995 1995–2000 2000–2005 2005–2010 2010–2015
Argentina 73.2 69.8 65.0 60.6 64.0
Bolívia 91.2 93.0 87.9 81.9 72.6
Brasil 80.0 83.6 80.9 70.9 68.4
Chile 63.6 60.8 54.5 52.7 49.3
Colômbia 82.7 83.3 86.3 63.7 57.7
Equador 85.5 84.3 82.5 83.0 77.3
Paraguai 92.4 91.9 76.6 67.8 60.2
Peru 70.0 70.5 61.5 54.7 52.1
Uruguai 70.6 67.3 63.5 61.2 58.0
Venezuela 94.9 90.6 88.0 82.6 80.9

Fonte: Organização Pan-Americana de Saúde (PAHO), 2017. 

 

Tendências mundiais da taxa de gravidez na adolescência

A média latino-americana, que é de 66,5 bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil meninas de 15 a 19 anos, é considerada a segunda maior do planeta, atrás apenas da média da África Subsaariana. A média mundial, por sua vez, é de apenas 46 nascimentos a cada mil, próxima à taxa do Chile. 

A taxa de gravidez na adolescência brasileira, apesar da significativa redução ao longo dos anos,  encontra-se acima da taxa mundial e até mesmo da taxa latino-americana, o que mostra que ainda há um longo caminho a ser percorrido. O exemplo do Chile, no entanto, demonstra que essa redução é possível de ser alcançada com políticas públicas direcionadas a este público. 

Gravidez na adolescência no Brasil, por região 

No Brasil, um indicador muito utilizado para acompanhar a gravidez na adolescência é o de número de nascidos vivos de mães adolescentes que representa o número de bebês que nasceram de mães com até 19 anos, a cada mil nascidos vivos. 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do relatório de Estatísticas do Registro Civil, em 2018 nasceram 432.460 bebês de mães adolescentes, o que representou 14,94% de todos os nascimentos no país naquele ano. 

Quando realizamos uma análise regional, Norte e Nordeste apresentam taxas maiores que a nacional, enquanto Centro-Oeste, Sudeste e Sul permanecem abaixo dessa média. A região Norte apresenta a taxa mais elevada (21,03%) do Brasil, representando pouco menos que o dobro da região Sul, a região com o menor índice no país (12,10%). 

gravidez na adolescência no Brasil

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2018. 

O Projeto Prevenção e Redução da Gravidez não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná

Devido a urgência da prevenção e redução da gravidez na adolescência no Brasil, cada vez mais projetos surgem para tratar esta temática em todas as regiões do país. No Paraná, desde 2018, existe o projeto “Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná” que busca fornecer informação para adolescentes acerca da gravidez na adolescência, além de buscar a capacitação de profissionais de saúde para tratar sobre o tema e até mesmo apoiar nos casos de gravidez não intencional. 

Fruto da parceria entre o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a ITAIPU Binacional, o projeto prevê ações em 4 frentes:

  1. Saúde;
  2. Educação;
  3. Comunicação;
  4. Gestão do conhecimento.

51 municípios do oeste do Paraná são contemplados pelo projeto, assinando o termo de adesão. 

Ações previstas no projeto 

As ações do projeto objetivam o desenvolvimento socioeconômico, estimulando os adolescentes a ajudar na construção de serviços mais acolhedores de saúde e a ampliar suas habilidades interpessoais e socioemocionais. Para isso, diversas atividades são realizadas, tais como:

  • Ciclo de capacitação dos profissionais da saúde;
  • Oficinas com os adolescentes;
  • Campanha “Tá no Rumo”: composta por material de divulgação nas redes sociais e caravana com exposição interativa e cine-debate; 
  • Selo Chega Mais: certificação a equipes e serviços de saúde que oferecem atendimentos amigáveis e inclusivos a adolescentes;

Resultados esperados e perspectivas de expansão

A expectativa é que o projeto possa aumentar o nível de informação que os adolescentes têm sobre a prevenção e redução na gravidez não intencional na adolescência, além de capacitar cerca de 85% dos profissionais inscritos nas oficinas. 

Espera-se também que haja uma significativa redução da gravidez na adolescência na região, comprovada por meio da obtenção de dados sociodemográficos e pesquisas direcionadas, fornecendo a informação necessária para que este modelo possa ser aplicado em outras regiões do Brasil. 

Referências de pesquisa

RELATÓRIO ONU 2018

IBGE – ESTATÍSTICAS DO REGISTRO CIVIL 2018

gravidez na adolescência no Brasil

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Dados municipais

Aqui você pode consultar os dados de qualquer município brasileiro.

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