Nesse momento desafiador e de grandes incertezas frente à crise imposta pelo novo Coronavírus, uma das ferramentas mais poderosas que um município pode ter para minimizar seus efeitos são dados qualificados. Dessa forma, trazemos três indicadores que podem lhe ajudar a avaliar o quão vulnerável a sua população está a essa doença. São eles:
-
Proporção da população idosa
-
Proporção da população inscrita no Cadastro Único
-
Internações por doenças sensíveis ao COVID-19 por mil habitantes
Atualmente, o reconhecimento da proporção da população idosa em sua cidade é essencial, pois sabe-se que o novo Coronavírus mostra-se ainda mais perigoso para pessoas acima de 60 anos, com uma taxa de mortalidade de 6,4%[1]. Dessa forma, quanto maior a parcela dessa população em uma cidade, mais incisivas devem ser suas ações para protegê-los.
[1] Fonte: https://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(20)30243-7/fulltext
A população cadastrada no Cadastro Único, também encontra-se extremamente vulnerável, já que os impactos econômicos advindos do necessário distanciamento social, afetam ainda mais intensamente as fontes de renda desse grupo, que normalmente são trabalhadores informais, autônomos ou desempregados. Dessa forma, programas de transferência de renda ou outras iniciativas que possam prover algum sustento para essas pessoas são imprescindíveis.
Por fim, o número de internações por doenças sensíveis ao COVID-19 na cidade, como doenças cardiovasculares, respiratórias e diabetes é um dado também muito importante para ter uma dimensão dessa terceira população de risco no seu município.
Ao olhar para o Brasil como um todo, os dados demonstram que a população está envelhecendo em um ritmo rápido. Esse grupo, passou de 10,03% da população em 2010 para 13,44% em 2018. Já, o total de inscritos no Cadastro Único, depois de quedas em 2017 (1,7%) e 2018 (3,8%), voltou a subir em 2019, chegando a um total de 76.721.502 milhões de pessoas.
Analisando esses indicadores por estado, é possível concluir que no indicador da proporção da população idosa, os três estados mais vulneráveis são o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com respectivamente, 18%, 16% e 15% da população idosa.
Em relação à população cadastrada no Cadastro Único, os estados com a maior parcela da população nessa situação se encontram principalmente na região nordeste, onde, Maranhão (60%), Piauí (58%) e Ceará (55%), estão no topo da lista.
No que tange o número de doenças sensíveis ao COVID-19, é possível ver que os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, e Santa Catarina (todos na região sul) possuem os níveis mais elevados, enquanto que Acre, Sergipe e Amazonas são os que possuem a menor proporção de casos a cada mil habitantes.
Para ter acesso aos dados da sua cidade, clique aqui!
Fontes de dados:
População idosa: SISAP Idoso (dados de 2018) – Acessado em 04 de abril de 2020
Cadastro único : Cadastro Único – Ministério da Cidadania (dados de fevereiro de 2020) – Acessado em 04 de abril de 2020
Internações por doenças sensíveis ao COVID19: Datasus – Ministério da Saúde (dados de 2019) – Acessado em 04 de abril de 2020