Em meio ao avanço rápido do novo Coronavírus muito tem se discutido sobre o sistema de saúde brasileiro e sua capacidade de lidar com os desafios que uma pandemia traz consigo. Estima-se que, no país, 1 em cada 10 pessoas infectadas necessitará de internação hospitalar. A pergunta que fica é, o sistema de saúde está preparado para receber todos esses casos?
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Há muitas variáveis envolvidas, como disponibilização e realização de testes, número e capacitação de médicos e demais profissionais da saúde, leitos e equipamentos, entre outros. Este texto pretende apresentar um recorte regional para a disponibilização de leitos no país.
Brasil perdeu 34 mil leitos na década
O Brasil possui hoje 426.388 leitos hospitalares. Em 2015, a oferta era de 443 mil leitos e em 2010 totalizava 460 mil. Uma queda de 7,4% na década. Essa redução se deu principalmente nos leitos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS), que perdeu 43 mil leitos. Enquanto os hospitais privados aumentaram sua oferta em 9 mil leitos. Dos 426.388 leitos hospitalares brasileiros, 69% são leitos públicos, ofertados pelo SUS.
Rio Grande do Sul é o estado com a maior taxa de leitos por mil habitantes (2,65) e Distrito Federal tem a maior taxa de leitos de UTI
No Brasil há 2,03 leitos hospitalares para cada mil habitantes. Enquanto a OMS não possui um número recomendado para esta taxa, algumas organizações indicam entre 3 e 5 leitos para cada mil habitantes como a taxa adequada. O Rio Grande do Sul é o estado com a maior taxa (2,65), seguido de Goiás (2,49), Rondônia (2,41), Paraná (2,41) e Piauí (2,28). Já na parte de baixo da tabela, tem-se Sergipe (1,40), Amazonas (1,38) e Amapá (1,30).
Apesar de Piauí estar entre os primeiros na oferta de leitos, quando são analisados os leitos hospitalares em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) o estado caí de 5º para 23º. No caminho inverso, o estado do Rio de Janeiro salta da 20ª posição na oferta de leitos normais para a segunda colocação na oferta de leitos de UTI.
Microrregião de Barbacena (MG) é a que possui a maior disponibilização de leitos; considerando apenas leitos em UTI, o destaque é Barretos, no interior paulista
No Brasil, cerca de um terço dos municípios (36%) não possuem leitos hospitalares, isso se deve principalmente ao tamanho de muitos deles e a sua distância em relação a outros centros. Sendo assim, os leitos de uma cidade frequentemente são utilizados por cidadãos de municípios vizinhos, o que dificulta uma análise com recorte municipal.
Analisando por microrregiões, apesar do estado de Minas Gerias ocupar apenas a 19 colocação entre as 27 unidades federativas, a microrregião de Barbacena é a que possui a maior taxa de leitos entre todas: 5,12. São 1215 leitos para 240 mil habitantes. No outro extremo, 59 das 554 microrregiões possuem menos de 1 leito para cada mil habitantes.
Analisando os leitos hospitalares em UTI, as microrregiões com maior oferta por 100 mil habitantes são: Barretos/SP (50,42), Itaperuna/RJ (49,03) e Cuiabá/MT (39,17). 235 microrregiões, 42% do total de microrregiões, não possuem sequer um único leito em Unidade de Terapia Intensiva.
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Fonte: Ministério da Saúde – Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES